Segundo pesquisas da Folha, realizadas em setembro desse ano, o desemprego no Brasil bate recorde e atinge 13,1 milhões de pessoas. Devido a pandemia, muitos setores pararam, a economia e o mercado frearam, e como consequência, muitos brasileiros ficaram sem emprego.

Entretanto, esse tem sido um cenário oportuno para os profissionais do ramo da tecnologia. Isso porque nos últimos meses, o setor continuou contratando e ainda apresenta vagas para novos funcionários.

As agências disponibilizam vagas para engenheiros, estatísticos e programadores. Acompanhe o artigo para saber mais informações e posicionamentos das empresas diante esse cenário.

Havas Plus

A Havas Plus é uma empresa de tecnologia e publicidade que faz parte do grupo francês Havas World Wide. Os seus clientes são as grandes empresas como a TIM, Emirates, Globo Internacional e a Universidade de Grande Rio (Unigranrio). Em seu quadro de funcionários na operação, a Havas Plus conta com 200 funcionários, sendo que 40 são ligados a tecnologia e 40 a criação.

O principal executivo da Havas Plus, Marcos Lacerda, afirma que a empresa tem sido pressionada em vários âmbitos. Isso devido ao fato da concorrência das agencias estar crescendo, e assim os clientes hoje tem a possibilidade de analisar várias ofertas de serviços.

O grande exemplo de concorrência que vem pressionando a Havas Plus é a Accenture. Essa multinacional se concentrava em serviços de contabilidade e processamento de dados empresariais. Hoje, após a aquisição da agência Droga5 do australiano David Droga, ela entra para a área da publicidade.

E os avanços dessas agencias não param, a Paulista Stefanini, desenvolvedora de softwares também comprou a agência gaúcha W3Haus, com 200 funcionários e atuação em todo o Brasil.

A Adaptação para as novas tecnologias

Para Lacerda, empresas que já nasceram na Era Digital tem uma adaptação muito mais fácil. Entretanto, para empresas mais tradicionais, com muitos anos no mercado, esse é um processo dolorido. No caso da agência Havas Plus, que é reminiscência de 1989, foi necessário trocar o modelo antigo de departamento, como uma linha de montagem, em que o final era uma peça de criação, por unidades de negócios, com líderes profissionais de diferentes perfis e maior autonomia.

Para fazer a transição dos veículos offline como os jornais, rádio e TV para os modelos digitais online de publicidade são exigidos novos custos. Visto que além do processo de criação, também são necessário recursos para veicular nos canais digitais e realizar a mensuração de resultados. Para que isso aconteça, é são feitas contratação de novos profissionais para lidar com as atividades. Contudo, esses novos custos nem sempre o cliente quer pagar.

A conexão tecnologia, mídia e agência de publicidade

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Agencias de Publicidade (ABAP) as melhores agencias são aquelas que se portam como centros de inteligência.

É notório o quanto a tecnologia tem ajudado na publicidade, devido a disponibilização de dados dos clientes, que é uma ferramenta importante para a criação de estratégias de vendas. Em vista disso, as agencias precisam testar os melhores modelos matemáticos para atingir a sua clientela.

De acordo com Marcos dell Vale, engenheiro de computação e criador da empresa Jüssi, “se uma peça publicitária linda tiver uma meta de conversão (venda) de 6% e não chegar a 2%, não serve. Se outra mais ou menos chegar na meta, essa que é a boa”.

E para que essa dinâmica funcione, a empresa de dell Vale trabalha com turmas de trainees sendo formada para abastecer as demandas. E são os mais diversos tipos de profissionais requisitados, como os linguistas, jornalistas, designers, programadores e desenvolvedores. Só na pandemia, o quadro da Jüssi aumentou em 13% com a contratação de novos funcionários.

Diante disso, Mario D’Andrea, presidente da ABAP, faz uma analogia muito criativa em que diz que a tecnologia, mídia e agência de publicidade podem fazer tanto uma venda ao consumidor como um encontro de namorados ter sucesso: “os dados mostram quem é a pessoa. A mídia diz onde ela vai estar e a que horas. Cabe à agência criar a conversa. Se não tiver conversa boa o encontro não dá certo”.

Em suma, cada vez mais enxergamos a realidade digital mais próxima de todos os setores, e cabe aos empresários e empreendedores se adaptarem para ser concorrente no mercado.