Diante o cenário de pandemia, a solução do ensino remoto se tornou uma realidade. Contudo, a rede pública de ensino deve contar com o apoio do Estado, para adquirir meios para que os alunos e professores obtenham acesso à internet.
Nesse cenário, agora no final de outubro, a prefeitura da cidade de Santo André em São Paulo, disponibilizou 32 mil chips de telefone móvel da operadora Oi. Essa ação tem como objetivo garantir a participação de toda a rede municipal ao ensino remoto.
As entregas dos chips devem ser concluídas até o dia 4 de novembro e a administração do munícipio planeja ainda para 2020 o aluguel de tablets.
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Quais são os dispositivos?
A licitação para a aquisição dos chips foi realizada pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) e contou com o investimento de mais de 9 milhões de reais. Nessa primeira fase, foram disponibiliza 32.381 chips com acesso gratuito à internet móvel, pelo período de um ano. Porém, após as eleições de 2020 (o primeiro turno está marcado para 15 de novembro) será realizada outra licitação. Mas esta é para aquisição de tablets.
A proposta é que os tablets sejam alugados, pois em caso de alguma necessidade, eles possam ser repostos, e devem ser devolvidos pelos usuários após o período de um ano. O prefeito ainda afirma que com a aquisição dos aparelhos, a prefeitura terá um gasto de R$30 mil. Assim, mesmo sem uma decisão sobre o retorno das aulas presenciais, o município está equipando as escolas.
Quem será beneficiado?
Os alunos contemplados serão aqueles matriculados na rede municipal de ensino, desde a educação infantil e ensino fundamental, até o EJA (educação de jovens e adultos). Os professores também terão direito a receber o chip com internet gratuita e o tablet.
Segundo o prefeito Paulo Serra, a Secretaria de Educação de Santo André também desenvolveu uma plataforma para o uso do ensino remoto, como um ambiente virtual de aprendizado. Ainda, os professores da rede municipal também estão sendo treinados e capacitados para lidar com a nova realidade de sala de aula.
A previsão é de que até o ano que vem, todos os alunos e professores já tenham em mãos o material, para que o ano letivo possa ocorrer a distancia e com o acesso integral das escolas municipais.
O prefeito afirma que “São os recursos da educação, que foram economizados de forma forçada por causa da pandemia de Covid-19, e estamos nos preparando para o próximo ano”. Ainda completa que descarta o ensino presencial para 2020, e confia que com a vacina em 2021, as atividades possam ser normalizadas.
Posicionamento das escolas privadas
Mesmo com a prefeitura se posicionando contra a volta às aulas presenciais, baseando-se nos boletins epidemiológicos, donos de escolas privadas e pais de alunos da região realizaram uma carreata para pressionar o retorno dos alunos às escolas.
Segundo a pedagoga e organizadora da manifestação Fernanda Martins, 75% dos pais das unidades privadas desejam o retorno às aulas. De acordo com eles, as escolas particulares estão preparadas para receber os alunos respeitando os critérios de higiene e distanciamento social.
A pressa para o retorno é justificada por os pais estarem novamente em regime de trabalho fora de casa, e que não tem onde deixar os filhos. Dessa forma, eles precisam recorrer a locais clandestinos ou com pessoas não habilitadas para cuidar das crianças.
O decreto para a suspensão das aulas presenciais é até o dia 30 de outubro. O conselho municipal de educação de Santo André não participou da articulação da manifestação em formato de carretada, e há integrantes que são contra o retorno das aulas neste momento.
De qualquer forma, a prefeitura já havia descartado o retorno das aulas em 2020, visto que o inquérito epidemiológico está válido até novembro. Logo, não seria viável o retorno de toda a rede ainda esse ano.