O Conselho Nacional de Educação (CNE) criou um conjunto de orientações que estabelecem um retorno gradual às atividades escolares presenciais. Contudo, esse documento ainda prevê a continuidade do ensino a distância até o ano de 2021.
O novo normal na educação: ensino a distância
Com a transformação do cenário mundial por causa da pandemia, alunos e professores das redes pública e privada tiveram de se adaptar à nova modalidade de ensino.
Embora haja um plano de volta às aulas presenciais este ano, o Conselho afirma que o ensino remoto ainda será necessário. Diante da complexidade de suprir toda a demanda de conteúdo, faz-se inevitável essa medida.
O Presidente do Conselho Estadual da Educação na Bahia, Paulo Nacif, ressalta inclusive a dificuldade de imaginar um período de pós-pandemia em curto prazo. Não havendo, assim, outra alternativa senão recorrer à educação online.
Como será a saída do ensino a distância para a retomada das aulas
Através da colaboração do Ministério da Educação e da junta do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e do Fórum das Entidades Educacionais, o texto apresenta 14 pontos que detalham o que deve ser feito durante a retomada das aulas presenciais:
- Observação dos protocolos sanitários nacional bem como locais;
- Coordenação e cooperação de ações entre os níveis de governo;
- Estabelecimento de Redes Colaborativas entre níveis educacionais e entidades públicas e particulares;
- Coordenação territorial;
- Estabelecimento do calendário de retorno;
- Planejamento do calendário de retorno;
- Comunicação, com ampla divulgação dos calendários, protocolos e esquemas de reabertura;
- Formação e capacitação de professores e funcionários;
- Acolhimento, com atenção especial a todos os alunos considerando as questões socioemocionais que podem ter afetado muitos estudantes, famílias bem como profissionais da escola durante o isolamento;
- Planejamento das atividades de recuperação dos alunos;
- Flexibilização acadêmica, considerando a possibilidade de planejar um continuum curricular 2020-2021;
- Coordenação do Calendário 2020-2021;
- Flexibilização regulatória, isto é, com a revisão dos critérios adotados nos processos de avaliação com o objetivo de evitar o aumento da reprovação e do abandono escolar;
- Flexibilização da frequência escolar presencial.
Uma grande questão: a desigualdade do país
Há uma preocupação do CNE, também, com a desigualdade no ensino e, por isso, o parecer aconselha levar em conta as diferenças entre alunos.
É possível notar que nem todos os alunos foram capazes de se adaptar a essa nova realidade. Seja por falta de aparelhos eletrônicos e acesso à internet, seja por falta de motivação e habilidades. Esse medo de estacionar em relação aos estudos é constante.
Na Bahia, alunos não têm obrigação de assistir às aulas desde 31 de março. A Secretaria do Estado, então, criou roteiros de estudos para que eles possam segui-los de maneira autônoma. Os estudantes seguem um cronograma sugerido. Toda semana é disponibilizada uma área de conhecimento.
Contudo, se muitos deles têm uma quantidade limitada de dados móveis, não possuem créditos, celular, computador ou Wi-fi, como tornar isso possível? A opção de alguns é recorrer aos amigos, mas e a outra parte?
Além disso, é evidente que muitas escolas públicas não estão preparadas para o ensino remoto. A precariedade e a falta de equipamentos para os professores dificulta a continuidade das atividades pedagógicas. O parecer do CNE aconselha o envio de atividades impressas para os estudantes, mas será isso suficiente? Como será feito esse envio?
Resquícios da pandemia
Sem dúvida, a desigualdade no ensino trará consequências desastrosas para a educação nacional nos próximos anos.
Mesmo com o retorno às aulas presenciais, os estudantes serão prejudicados em virtude da necessidade na redução do número de alunos.
Por mais que vejamos esforços feitos por parte dos governantes e secretarias, é impossível atender a todos. O isolamento social está sendo um grande desafio. Segundo a pedagoga Xênia Honório, depois dessa pandemia, sairemos com um grande aprendizado em relação à educação.
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