No ambiente educacional, em especial no ensino superior, o atual contexto da pandemia do novo coronavírus vem trazendo uma série de desafios para professores e gestores, desde a adaptação com uso das ferramentas digitais, até o planejamento do retorno às atividades no período pós-pandemia.

Especialistas em educação apontam que a COVID-19 impôs mudanças nas práticas de ensino, em que os profissionais tiveram pouco tempo para se adaptar a essa nova realidade. Fica claro, dessa maneira, que o “novo normal” deve mobilizar estratégias que não comprometam a aprendizagem dos estudantes e tornem o conhecimento acessível a todos.

Ascensão da EAD e das ferramentas digitais

A educação a distância, que era vista até então com resistência por algumas pessoas, hoje figura como a principal protagonista no processo de ensino-aprendizagem.

Nessa perspectiva, algumas faculdades e centros universitários, que já possuíam a modalidade da EAD, de certa forma, encontraram nesse momento, a oportunidade de ampliar a oferta dos cursos a distância. Já outras instituições tiveram que migrar as atividades presenciais para o ambiente virtual. Consequentemente, a pandemia possibilita a estruturação e disponibilização dos cursos de graduação e/ou pós-graduação on-line.

O ambiente virtual, que é diferente do físico/presencial, por vezes, pode gerar falta de estímulo e interesse dos discentes, pois o estudo a distância solicita autonomia, foco e disciplina.

Logo, é essencial que os profissionais da educação trabalhem em conjunto com o intuito de manter os alunos interessados. Para isso, gestores e professores devem recorrer às metodologias ativas, a fim de mantê-los engajados e comprometidos com a compreensão dos conteúdos.

Os desafios do ensino público na pandemia e pós-pandemia

Entre as universidades públicas, a transição da modalidade presencial para a on-line esbarra em dificuldades que já permeavam a realidade dessas instituições.

Devido à burocracia e pouco investimento estatal, os docentes das universidades e institutos federais e estaduais enfrentam desafios para cumprir as atividades acadêmicas, mesmo que possuam as habilidades que o ensino a distância exige.

Entretanto, mesmo que a passos lentos, em comparação com as instituições privadas, observa-se o crescimento da oferta de cursos a distância nas universidades públicas. Essa mobilização visa atender à demanda de profissionais do mercado, além de democratizar o acesso à educação.

A necessidade do distanciamento social estimulou a busca por novas formas de ensinar e construir conhecimento no ensino público brasileiro. Ainda que o retorno às atividades seja desafiador, o período pós-pandemia poderá ser positivo. As novas tecnologias auxiliarão na ampliação e permanência dos cursos a distância.

Crise financeira e os impactos na educação

O desemprego cresce a níveis nacionais e mundiais, como consequência dos impactos econômicos da pandemia. Assim, é notório que as instituições serão afetadas com a evasão.

É fundamental que as instituições privadas busquem estratégias com o propósito de repensar a estrutura dos cursos, intensificando o uso das metodologias ativas para manter os alunos engajados, evitando assim, a evasão. Além disso, é preciso criar medidas que visem à flexibilização das mensalidades e das linhas de crédito estudantil.

As instituições públicas, que já são afetadas pelos constantes cortes de recursos, precisarão se mobilizar no que tange a ações para a redução de gastos e adequação ao orçamento.

Prestígio da pesquisa pós-pandemia

A pesquisa, no Brasil, nem sempre foi vista com a prioridade que merece. Entretanto, diante da corrida pela criação da vacina contra a COVID-19, a população percebeu o quanto o trabalho científico é importante para as nossas vidas.

Nesse viés, apesar do atual recuo na produção científica, no contexto pós-pandemia, a ciência ganhará mais prestígio. Vale lembrar, também, que além de financiar, incentivar e reconhecer a relevância da pesquisa, é fundamental que os resultados da ciência não se restrinjam apenas à academia, pois todos precisam acessar os benefícios da produção científica.

A função dos professores e alunos

Muitos professores apresentavam resistência ao uso dos recursos digitais devido à falta de acesso ou prática. Porém, o atual contexto obrigou que os docentes desenvolvessem a habilidade com ferramentas como gravação, edição de vídeos e plataformas de videochamadas.

As metodologias ativas, aliadas às ferramentas digitais, estão impulsionando as práticas pedagógicas dos docentes. Isso permite a entrega e construção de conteúdos de forma cada vez mais interativa.

A pandemia, por sua vez, está sendo positiva porque possibilita ao educando formação da consciência de que ele pode e deve ser o protagonista do aprendizado, participando ativamente da construção do conhecimento.

É evidente, portanto, que a pandemia da COVID-19 motivou as instituições de ensino a repensarem sobre a entrega de conteúdo e formação de profissionais. Sem dúvida, o presente contexto que estamos vivendo mobilizou a reflexão sobre o uso efetivo das metodologias ativas tanto no ambiente digital, quanto no novo ambiente presencial, que deverá ser estruturado para atender às demandas da educação na contemporaneidade.

Gostou desse conteúdo? Continue nos seguindo para mais informações  relevantes relacionadas a educação!